Linha do tempo da história de Israel

O povo judeu no país desde a fundação do Estado em 1948 até hoje

1918-1948

1919-23

Terceira Aliá, principalmente vinda da Rússia.

1919

O fracassado acordo Faisal-Weizmann, segundo o qual se deveria constituir um estado judeu de acordo com a Declaração Balfour, causou uma parte da revolta árabe, a cisão da sociedade árabe e negligência com os palestinos.

1920

Criação da Histadrut (Aliança Geral dos Trabalhadores em Israel) e da Haganá (organização judia de defesa). A comunidade judia (Yishuv) cria o Vaad Leumi (Conselho Nacional) para regulamentar seus interesses.

1921

Fundação de Nahalal, o primeiro Moshav (povoado cooperativo).

1922

A Liga das Nações concede à Grã-Bretanha o mandato sobre a Palestina (a terra de Israel); a Transjordânia é estabelecida, ocupando três quartos da região, permanecendo um quarto como território-lar judeu. Criação da Jewish Agency, representante da comunidade judia perante as autoridades do Mandato.

1924

Criação do Technion em Haifa, a primeira escola superior de tecnologia.

1924-32

Quarta Aliá, oriunda principalmente da Polônia.

1925

Abertura da Universidade Hebraica em Jerusalém no monte Skopus.

1929

Massacre de judeus em Hebrom por terroristas árabes.

1931

Criação da organização secreta judia Etzel.

1933-39

Quinta Aliá, oriunda principalmente da Alemanha.

1936-39

Distúrbios antijudeus provocados por terroristas árabes.

1939

O “Documento Branco” do governo britânico prevê limitar a imigração judia para a Palestina em dez mil por ano, admitindo exceções emergenciais.

1939-45

Segunda Guerra Mundial: Holocausto na Europa

1941

Criação do movimento clandestino Lehi; criação da Palmach, a tropa de combate da Haganá.

1944

Criação de uma brigada judia como parte das forças armadas britânicas.

1947

A ONU propõe a criação de um Estado árabe e um judeu.

1948-2023

1948

14 de maio: Término do período de mandato britânico. Proclamação do Estado de Israel.

15 de maio: Cinco países árabes atacam Israel. Criação das Forças de Defesa Israelenses (IDF).

Guerra da Independência (maio de 1948 - julho de 1949).

1948-52

Imigração maciça da Europa e dos países árabes.

1949

Acordos de cessar-fogo: Israel recebe mais territórios que os previstos no plano de partilha, incluindo Jerusalém Ocidental. A Jordânia anexa a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental, o Egito ocupa a Faixa de Gaza. Fuga de aproximadamente 750 mil árabes palestinos dentre uma população total de aproximadamente 1 200 000.

1949

Eleição do primeiro Knesset (parlamento). Israel é recebido como 59º membro nas Nações Unidas.

1956-57

Durante a crise do Suez, Israel invade o Egito junto com a Grã-Bretanha e a França a fim de reabrir o canal para a navegação israelense e acabar com os ataques dos palestinos no Sinai. Envio de forças armadas tampão da ONU ao Sinai e à Faixa de Gaza; navios israelenses autorizados a utilizar o canal de Suez.

1957

Israel inicia com ajuda francesa a construção de um grande reator nuclear em Dimona, no deserto do Neguebe, que dez anos depois se tornaria a base do programa de armamento nuclear do país sem confirmação oficial.

1964

Término do aqueduto nacional para transporte de água do lago de Genesaré, no norte, para o sul semiárido.

1966

Por meio de uma operação secreta, um jato de combate MiG-21 é levado a Israel por meio da chamada “Operação Yahalom”.

1967

Junho: Após meses de tensão incluindo combates fronteiriços, o Egito expulsa do Sinai as tropas tampão da ONU. A via de Tiran é interditada para a navegação israelense, Israel inicia um ataque preventivo ao Egito; a Jordânia e a Síria associam-se à guerra. A guerra dura seis dias, com Israel conquistando o controle sobre Jerusalém Oriental, toda a Cisjordânia, Gaza, as colinas de Golã e o Sinai. Com autorização do governo, instalam-se nos anos seguintes assentamentos judeus em todos esses territórios.

Outubro: Egito e Síria empreendem no Yom Kippur um ataque coordenado contra as forças armadas israelenses no Sinai ocupado e nas colinas de Golã. Israel vence, mas só à custa de consideráveis perdas. A opinião pública se volta contra o partido trabalhista governante.

1975

Israel torna-se membro extraordinário do Mercado Comum Europeu.

1975

A escandalosa resolução nº 3379 das Nações Unidas declara que o sionismo é uma forma de racismo e discriminação racial.

1976

Protestos maciços de árabes israelenses contra as tentativas governamentais de desapropriação de terras na região da Galileia, no norte de Israel. Em choques com as forças de segurança, morrem seis cidadãos árabes. Desde então, a memória desses eventos é celebrada anualmente como Dia da Terra.

1976

Comandos israelenses invadem o aeroporto de Entebbe, em Uganda, e resgatam mais de cem reféns, principalmente israelenses e judeus, retidos ali por terroristas alemães e palestinos.

1977

Maio: O Likud compõe o governo após as eleições para o Knesset, encerrando trinta anos de domínio do Partido Trabalhista.

1977

Novembro: O presidente egípcio Anwar Sadat visita Jerusalém e dá início ao processo de retirada de Israel do Egito e do reconhecimento de Israel pelo Egito nos acordos de Camp David, em 1978. Por esses acordos, Israel também se compromete a expandir a administração autônoma palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza.

1980

Após uma taxa inflacionária de 130%, a lira israelense é substituída pelo NIS.

1981

Junho: Um ataque da força aérea israelense destrói o reator nuclear em Osirak, no Iraque.

1982

Encerramento da retirada de Israel em três etapas da península do Sinai.

1982

Junho: Israel invade o Líbano para expulsar a Organização de Libertação da Palestina (OLP), depois que um pequeno grupo militante palestino perpetrou um atentado ao embaixador israelense em Londres.

1984

Julho: Depois das eleições, forma-se um governo de união nacional (Likud e Trabalhista).

1984

Novembro: Com a Operação Moisés, inicia-se uma ponte aérea secreta para judeus etíopes. A ação é repetida em 1991 sob o nome de Operação Salomão.

1985

Junho: Israel se retira da maior parte do Líbano, mas continua mantendo uma estreita zona de segurança ao longo da fronteira.

1985

Jibril-Deal: Libertação de 1 150 prisioneiros em troca de três soldados israelenses.

1985

Após uma taxa inflacionária superior a 400% anuais, o siclo é substituído pelo novo siclo, juntamente com reformas que introduzem a economia israelense na idade moderna.

1987

Início da Primeira Intifada (rebelião palestina). A Irmandade Muçulmana em Gaza cria o movimento Hamas, que rapidamente parte para a violência contra Israel.

1988

Setembro: Com a sonda exploratória Ofek, Israel torna-se um entre apenas oito países, naquela época, capazes de lançar satélites de forma independente uns dos outros.

1990

A União Soviética autoriza judeus a emigrar, o que acarreta a mudança de aproximadamente um milhão de ex-cidadãos soviéticos para Israel.

1991

Na Guerra do Golfo, Israel sofre ataque de mísseis Scud iraquianos.

1991

Resolução 4686, cancelando a Resolução 3379 da Assembleia Geral das Nações Unidas.

1991

Em uma conferência em Madri organizada pelos EUA e a União Soviética, reúnem-se pela primeira vez, desde 1949, representantes de Israel, do Líbano, da Síria, da Jordânia e dos palestinos, dando com isso início a conversações visando à normalização dos relacionamentos. A participação de má vontade de Yitzhak Shamir, sob pressão dos EUA, leva à queda do seu governo minoritário.

1992

Início de relações diplomáticas com a China e a Índia.

1992

O Partido Trabalhista retorna ao poder sob Yitzhak Rabin. Rabin promete suspender a instalação dos assentamentos judeus e abre conversações secretas com a OLP.

1993

Acordo de Oslo: Declaração de princípios sobre regulamentação provisória de administração autônoma para os palestinos, subscrita por Israel e a OLP como representante do povo palestino.

1994

Implementação da administração autônoma palestina na Faixa de Gaza e na região de Jericó. Marrocos e Tunísia instalam representações de interesse.

1994

Assinatura do acordo de paz israelense-jordaniano.

1994

Rabin, Peres e Arafat ganham o Prêmio Nobel da Paz.

1994

Israel e o Vaticano celebram relações diplomáticas plenas.

1994

Massacre Goldstein em Hebrom.

1995

Expansão da administração autônoma palestina na Cisjordânia e na Faixa de Gaza; eleição do Conselho Palestino.

1995

Novembro: Um extremista judeu mata a tiros Yitzhak Rabin, em Tel Aviv. Shimon Peres assume o cargo de premiê.

1996

Maio: O Likud retorna ao poder sob Benjamin Netanyahu e promete não dar outras concessões aos palestinos. Mesmo assim, ele subscreve o Protocolo de Hebrom e o Memorando Wye River. Retoma-se a expansão dos assentamentos.

1996

Escalação do terrorismo árabe fundamentalista contra Israel.

1996

Operação “Vinhas da Ira”: Retribuição aos ataques dos terroristas do Hezbollah no norte de Israel.

1998

Israel celebra seu jubileu de 50 anos.

1999

Ehud Barak (partido esquerdista One Israel) é eleito premiê e forma um governo de coalizão. Israel e a OLP assinam o memorando de Sharm-el-Sheikh.

2000

Israel se retira da zona de segurança no sul do Líbano.

2000

Setembro: Ariel Sharon, presidente do Likud, visita o Monte do Templo. Protestos palestinos escalam numa nova onda de violência. Irrompe a segunda intifada.

2001

Ariel Sharon (Likud) é eleito premiê e compõe um governo de ampla unidade.

2001

Rehavam Ze’evi, o ministro do turismo, é assassinado por terroristas.

2002

Israel dá início à Operação Escudo Defensivo, como reação a maciços atentados terroristas palestinos. Israel inicia a construção da cerca antiterror para impedir que terroristas da Cisjordânia matem cidadãos israelenses.

2003

O quarteto composto de Estados Unidos, União Europeia, Rússia e Nações Unidas propõe um roteiro para solução do conflito israelense-palestino que prevê um estado palestino independente. Tanto Israel como a Autoridade Nacional Palestina aceitam o plano, que requer o congelamento dos assentamentos judeus na Cisjordânia e o fim dos ataques a israelenses.

2005

Israel executa o plano de retirada e evacua todos os colonos e militares judeus da Faixa de Gaza.

2006

Ariel Sharon sofre um AVC e fica incapacitado, vindo a falecer em 2014. Seu sucessor como premiê é Ehud Olmert.

2006

Depois das eleições em 28 de março, o premiê Ehud Olmert forma um novo governo sob a liderança do partido Kadima.

2006

Após o sequestro de um soldado israelense, Israel realiza operações militares contra terroristas palestinos na Faixa de Gaza.

2006

Irrompe a Segunda Guerra do Líbano, na qual Israel executa operações contra o terrorismo do Hezbollah, após ataques de mísseis inimigos e o sequestro de dois soldados israelenses.

2007

Shimon Peres é eleito presidente pelo Knesset.

2007

Depois da ocupação forçada da Faixa de Gaza pelo Hamas, Israel declara a Faixa de Gaza como “território inimigo”.

2007

Ataque ao reator nuclear sírio construído pela Coreia do Norte.

2008

Israel celebra seu jubileu de 60 anos e inicia sua Operação Gaza como reação ao ataque com mais de dez mil mísseis e morteiros a partir da Faixa de Gaza.

2009

Benjamin Netanyahu é eleito premiê nas eleições parlamentares em fevereiro de 2009 e forma um governo de ampla coalizão.

2009

A cidade de Tel Aviv celebra seu centenário.

2010

Israel ingressa na Organização de Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).

2010

Maio: Nove ativistas turcos pró-palestinos que tentavam furar o bloqueio da Faixa de Gaza são mortos em embates com soldados israelenses. As relações com a Turquia ficam instáveis. Em 2013, Israel se desculpou pelas mortes.

2011

O premiê Benjamin Netanyahu comparece a ambas as casas do Congresso Americano e declara que “Israel não retornará às linhas insustentáveis de 1967”.

2011

O Hamas liberta o soldado israelense Gilad Shalit em troca de 1 027 presos depois que a Alemanha e o Egito intermediaram o acordo.

2011

Primeira interceptação de mísseis pelo Iron Dome.

2012

Novembro: Israel dá início a uma campanha militar de uma semana contra grupos armados na Faixa de Gaza, porque os ataques de mísseis a cidades israelenses vêm aumentando há meses.

2012

A ONU promove a Palestina de “observador” para “Estado observador”.

2013

Agosto: Retomada das negociações de paz israelense-palestinas.

2014

Julho-agosto: Israel reage aos ataques de grupos armados na Faixa de Gaza com uma campanha militar aérea e terrestre para destruir rampas de lançamento de mísseis e túneis de ataque. Os choques terminam em agosto com um armistício intermediado pelo Egito.

2015

Maio: Depois das eleições em março, o premiê Netanyahu forma um novo governo de coalizão com o partido direitista Bayit Yehudi [Lar Judeu]. No ano subsequente, mais um partido de direita, o Yisrael Beitenu, se agrega.

2015

Outubro: Um casal israelense é morto a tiros em seu carro na Cisjordânia. Trata-se de um dos primeiros incidentes em uma onda de tiroteios, esfaqueamentos e agressões a veículos por palestinos ou árabes israelenses.

2015

Novembro: Israel rompe o contato com funcionários da UE depois que a UE decidiu identificar mercadorias de assentamentos judeus na Cisjordânia como provenientes não de Israel, mas dos assentamentos.

2016

Junho: Israel e a Turquia entram em acordo sobre o assalto à frota de Gaza em 2010 e normalizam suas relações.

2016

Dezembro: Israel interrompe a cooperação com 12 países que votaram a favor de uma resolução do Conselho de Segurança condenando a implantação de assentamentos depois que, pela primeira vez, os EUA se abstiveram de votar em vez de impor seu veto.

2017

Fevereiro: O parlamento aprova uma lei que legaliza retroativamente dúzias de assentamentos judeus.

2017

Junho: Começam os trabalhos no primeiro novo assentamento judeu na Cisjordânia em 25 anos.

2017

A UNESCO vota a favor de declarar a parte antiga da cidade de Hebrom patrimônio cultural mundial palestino. Israel se queixa de que o legado judeu na cidade é ignorado.

2017

Dezembro: O presidente americano Donald Trump reconhece Jerusalém como capital de Israel, irritando com isso o mundo árabe e alguns aliados ocidentais. No mês de março subsequente, ele reconhece a soberania israelense sobre as Colinas de Golã, que Israel conquistou da Síria na guerra de 1967, com posterior anexação. A comunidade internacional não reconhece a soberania israelense.

2018

A embaixada americana é instalada simbolicamente em 14 de maio, 70º aniversário da declaração de independência israelense, substituindo a embaixada em Tel Aviv.

2018

Israel celebra seu jubileu de 70 anos.

Abril de 2019 - março de 2020

Em três eleições parlamentares, Netanyahu se candidata contra uma aliança centrista liderada pelo ex-chefe do estado maior das forças armadas, Benny Gantz, mas não obtém maioria incontestável.

2019

Novembro: Os EUA declaram não mais considerar ilegais os assentamentos israelenses na Cisjordânia.

2020

Agosto: Os Emirados Árabes Unidos são o primeiro país do Golfo a celebrar relações diplomáticas com Israel.

2020

Setembro: Acordo de paz entre Israel e Bahrein.

2021

Maio: Distúrbios por causa de evacuações forçadas de palestinos em Jerusalém Oriental geram conflitos com o Hamas e em cidades israelenses.

2021

23 de março: Quarta eleição. Depois de semanas de negociações e uma guerra de onze dias entre Israel e palestinos militantes na Faixa de Gaza, Netanyahu não consegue formar um governo. Seu rival centrista Yair Lapid recebe a chance seguinte de tentar – e tem êxito.

2021

Junho: Lapid anuncia ter conseguido formar um governo. Sua improvável – e frágil – coalizão de partidos de direita, liberais e árabes é empossada menos de duas semanas depois e com isso encerra doze anos seguidos de domínio de Netanyahu.

2022

Após menos de um ano no poder, a coalizão de Lapid perde sua ínfima maioria por motivo de migrações. Em vez de esperar que a oposição o deponha, o governo dissolve o parlamento e com isso desencadeia as quintas eleições em Israel desde 2019.

2022

Em 29 de dezembro, Benjamin Netanyahu é empossado pela sexta vez como premiê de Israel em uma coalizão de direita na qual o Likud – seu partido – é o membro mais moderado.

No início de 2023, a população do Estado de Israel era de 9,655 milhões. Em comparação com isso, por ocasião da criação do Estado de Israel o país tinha cerca de 806 mil habitantes. Até setembro de 2022, cerca de 75% dos 9,565 milhões de habitantes de Israel eram reconhecidos como judeus (aprox. 7,070 milhões). Há 21% de árabes muçulmanos, árabes cristãos ou drusos (aprox. 2,026 milhões) e outros 5% (aprox. 500 mil) de cristãos não árabes, membros de outras religiões ou sem classificação religiosa no Ministério do Interior. A expectativa de vida média em Israel no ano de 2022 é de 83,5 anos, ocupando mundialmente a quinta posição.

Israel tem, com 2%, a maior taxa de crescimento populacional entre todos os países desenvolvidos (2,1% da população árabe contra 1,7% da população judia e de “outros”). Com isso, Israel ocupa mundialmente a 16ª posição na lista dos países com a maior densidade populacional. Até 2040, Israel provavelmente será o país mais densamente povoado na OCDE.

Nathanael Winkler é pastor de jovens e membro da liderança da Chamada na Suíça. Além disso, é professor de ensino bíblico e teologia prática no Centro Europeu de Treinamento Bíblico.

sumário Revista Chamada Agosto 2023

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