O triunfo da inteligência artificial
Segundo um relatório do Fórum Econômico Mundial, a aplicação de inteligência artificial (IA) pode levar ao cancelamento de 14 milhões de empregos até o ano de 2026. A Goldman Sachs fala em 300 milhões de empregos que poderiam ser automatizados. Já existem sinais disso. Enquanto estudos recentes analisam os efeitos dos progressos na área de inteligência artificial (IA) sobre a situação dos empregos, multiplicam-se as iniciativas de empresas em cancelar empregos em favor de aplicativos de IA da “próxima geração”, como o ChatGPT. Segundo o relatório,2 as conquistas das novas tecnologias como a IA geradora modificariam fortemente o mercado de trabalho. Essa mudança, reforçada por turbulências econômicas e geopolíticas, bem como por crises sociais e ecológicas, eliminaria mais empregos do que criaria. Esse relatório concorda com o estudo da Goldman Sachs publicado em abril,3 elaborado pelos dois economistas Joseph Briggs e Devesh Kodnani. Eles alertaram para a possibilidade de uma nova onda de tecnologias de IA como o ChatGPT poderem exercer “grande influência” sobre o mercado de trabalho global. A Goldman Sachs vai ainda mais adiante dizendo que modificações maciças nos processos de trabalho desencadeadas pela inteligência artificial poderão “eliminar o equivalente a 300 milhões de empregos de tempo integral à custa da automação”.
Na verdade, o pioneiro da IA geradora OpenAI demonstrou com sua interface ChatGPT e outras ferramentas que as novas tecnologias de IA têm condições de redigir e-mails, elaborar sites de internet, gerar linhas de códigos e em geral dar conta de muitas tarefas repetitivas. Por isso, a gerência da IBM planeja uma suspensão de contratações correspondente a uma fração dos cerca de 260 mil empregados desse grupo americano: “Parece-me que, num período de cinco anos, 30% (dos 26 mil empregados administrativos) poderão ser substituídos por IA e automação”, ou seja, cerca de 7 800 empregos. Já o grupo de mídia alemão Axel Springer anunciou em fins de fevereiro o cancelamento de empregos no jornal popular Bild e no Welt,4 argumentando que a inteligência artificial já poderia “substituir” jornalistas. “A inteligência artificial revolucionará o jornalismo e o ramo midiático na medida em que apoiará – ou substituirá – o jornalista”, disse Mathias Döpfner, presidente do grupo, em uma carta aos empregados.