Público impõe diálogo sobre reforma judiciária

Israelenses reunidos nas ruas de Tel Aviv em protesto contra a reforma judiciária, fevereiro de 2023.Israelenses reunidos nas ruas de Tel Aviv em protesto contra a reforma judiciária, fevereiro de 2023.

Israel passou por dias turbulentos. Quando centenas de milhares protestaram nas ruas de todo o país contra a reforma judiciária, o premiê Benjamin Netanyahu anunciou que o governo pretendia levar adiante os projetos de reforma sem interrupção. Aquilo foi uma bomba logo seguida de outra. O ministro da defesa, Yoav Gallant (Likud) alertou contra as consequências da reforma sobre a segurança nacional. Apenas 24 horas depois, o premiê Netanyahu o notificou de que fora demitido. Em poucas horas, isso levou ainda mais israelenses às ruas. Seguiram-se períodos noturnos que lembravam um estado de exceção. De manhã, então, o Histradut, o maior sindicato do país, aderiu aos protestos e proclamou uma greve geral. Outros grupos seguiram seu exemplo, paralisando o aeroporto, fechando shoppings e obrigando as administrações municipais e regionais a suspender todos os serviços, com cerca de um terço dos seus líderes entrando em greve de fome. Com isso ficou claro que mesmo pessoas que, em princípio, não se manifestam contra a reforma, já expressavam sua preocupação e rejeição contra a velocidade com que o governo tentava impor as leis. O premiê Netanyahu teve de enfrentar no país uma grande maioria que exigia um diálogo sobre a questão da reforma judiciária. A isso se acrescentou a crescente pressão dos EUA, de modo que ele acabou contemporizando e adiando a reforma até o período de verão da legislatura do Knesset, a fim de dar início a um diálogo. Este começou agora entre todos os partidos do Knesset com o presidente, Isaac Herzog. AN

Antje Naujoks dedicou sua vida para ajudar os sobreviventes do Holocausto. Já trabalhou no Memorial Yad Vashem e na Universidade Hebraica de Jerusalém.

sumário Revista Chamada Julho 2023

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