O novo governo de Israel
Benjamin Netanyahu, de 73 anos, está de volta ao cargo de premiê do Estado de Israel. É seu terceiro mandato, depois de já ter estado à frente do governo de 1996 a 1999 e de 2009 a 2019. No 75º ano de sua existência, o Estado de Israel recebeu um governo maciçamente religioso e em parte de características ultraortodoxas, por meio dos cinco parceiros de coalizão que o Likud acabou trazendo a bordo, cuja orientação é claramente nacionalista de direita, como nunca antes se viu na história de Israel. A orientação do novo governo já recebeu críticas de muitos lados por representar predominantemente tendências minoritárias da sociedade israelense, que chegaram ao poder em função da constelação da distribuição de mandatos. Muitos temem que Israel esteja tendendo em direção a um Estado da Torá. Outros, como o presidente Isaac Herzog, alertaram contra um solapamento dos princípios democráticos fundamentais do Estado judeu. Os acordos de coalizão fechados pelo Likud contêm partes que preocupam seriamente a sociedade ainda majoritariamente secularista do país. Muitos consideram preocupante que se tenha assegurado voz a parlamentares de extrema direita em assuntos do exército e policiais, que significativos elementos educativos estejam agora em mãos de extremistas e que se pretendam restringir as atribuições da suprema corte de justiça. Fica claro que nunca antes existiu em Israel um governo de orientação de tal modo unilateral. AN