“Representantes sauditas contam com normalização”
Príncipe saudita Abdulaziz bin Salman Al Saud. Foto: Wikipedia
“Há anos que a normalização das relações entre Israel e outros países do Golfo vem progredindo continuamente, mas o processo precisa de tempo para amadurecer”, diz um documento obtido pela página noticiosa israelense i24News. Segundo ele, em fins de 2022, Al-Jubeir reuniu-se em Washington com líderes judeus dos EUA para conversar sobre o progresso da normalização israelense-saudita. Além disso, o documento trata de mais um encontro em Riad. Ali, Al-Jubeir teria dito que o futuro sucesso da normalização também dependerá do sucesso dos elementos moderados no reino. Segundo o ministro do exterior, ainda existe na Arábia Saudita considerável resistência à normalização, cuja superação ainda tomará mais tempo. Além disso, os sauditas esperam que os EUA e o Ocidente apoiem a monarquia. As mensagens transmitidas no diálogo dirigem-se ao governo do presidente americano Joe Biden. Elas contêm acusações contra o “tratamento desleal” dos EUA quanto às restrições ao petróleo da OPEP, bem como àquilo que os sauditas chamam de persistente e institucionalizada discriminação pelos americanos. Al-Jubeir acusa os EUA de ignorarem as amplas reformas sociais do príncipe herdeiro.
O documento também trata do diálogo recentemente instituído pelo Washington Institute com uma delegação americana em Riad. Nele se teria perguntado ao príncipe herdeiro o que induziria a Arábia Saudita a aderir aos Acordos de Abraão e a normalizar as relações com Israel. Bin Salman enumerou três reivindicações principais relativas a Washington: uma confirmação da aliança entre os EUA e a Arábia Saudita; um compromisso de fornecer armas e condições que tratem a Arábia Saudita como país similar aos da OTAN; e um acordo que possibilite aos sauditas explorar suas amplas jazidas de urânio para um limitado programa nuclear civil. No início de janeiro de 2022, o príncipe saudita Abdulaziz bin Salman Al Saud anunciara que o reino planejaria aplicar suas fontes de urânio para o desenvolvimento de um programa de energia nuclear. Essas reservas representam cerca de 1,4% das atuais reservas globais.