Winnetou, dreadlocks e apropriação cultural

Na Suíça interrompeu-se a apresentação de uma banda porque seus integrantes brancos usavam dreadlocks, e algumas pessoas se sentiram agredidas por essa apresentação. Falou-se de apropriação cultural. Quando na Alemanha os cinemas passaram a exibir um novo filme de Winnetou, não demorou para também ali começar uma tempestuosa discussão sobre apropriação cultural. Diante disso, a editora Ravensburg tirou de circulação dois novos livros acompanhantes do filme de Winnetou em consideração a sensibilidades feridas. Como era de se esperar, aquilo foi como óleo na fogueira do debate público sobre o tema. A Zeit Online escreveu a respeito que “a etnóloga alemã Susanne Schröter considera problemática a discussão sobre apropriação cultural do modo como vem sendo travada atualmente. ‘A escandalização das apropriações culturais contém uma série de absurdos. Um deles refere-se às consequências resultantes de se levar a termo as limitações de utilização exigidas. Nesse caso, seria necessário localizar para cada objeto, cada estilo e cada forma de expressão cultural os autores, limitando-se seu uso a esses autores’, disse a professora da Universidade Johann Wolfgang Goethe, de Frankfurt”. No entanto, “toda a história da humanidade é uma sequência de apropriações culturais, sem as quais não teria havido desenvolvimento nenhum”.

sumário Revista Chamada Janeiro 2023

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