Realismo em Israel
Israel bem sabe, e não se trata de nenhuma nova configuração. Desde o início, Israel optou por uma outra via. Sim, o país está inserido na comunidade ocidental de países e conta com os EUA como poderoso aliado ao seu lado. Quando, porém, os israelenses ouviram na noite da irrupção da guerra o discurso do presidente americano, Joe Biden, todos perceberam como era bom terem criado um exército forte e nunca terem confiado nas promessas das democracias ocidentais de que, em uma escalada de hostilidades, elas viriam ajudar Israel como única democracia no Oriente Próximo em razão de seus valores comuns. Dan Schueftan, reconhecido especialista israelense em segurança, que inclusive atuou como assessor de governos israelenses, foi um entre vários especialistas nessa mais sensível área da existência de Israel a apontar para a seguinte conclusão: “Os ucranianos estão aprendendo hoje o que os tchecos aprenderam em 1938 e o que os judeus juraram jamais esquecer: diante da ameaça militar por um regime autoritário, não se pode confiar nas democracias ocidentais. Um país incapaz de defender a si mesmo será abandonado quando mais precisar de apoio”.