A crescente trivialização do Holocausto

Nota-se nas redes sociais uma tendência à trivialização quando o assunto é o Holocausto. Essa foi a conclusão de um estudo encomendado pelo Combat Antisemitism Movement [Movimento de Combate ao Antissemitismo], ou CAM, segundo informação própria. Isso inclui entre outras coisas comparações do genocídio nazista com a pandemia do coronavírus.

Segundo se informa, a busca de combinações específicas de palavras revelou para o período de janeiro de 2020 até dezembro de 2021 cerca de 60 milhões de atividades online nas quais o Holocausto e a pandemia são correlacionados. Segundo consta, políticos de toda a Europa, dos EUA e de Israel teriam obtido um “efeito público” em apresentar o Holocausto como inofensivo ao comparar as restrições da pandemia com as medidas dos nazistas contra os judeus durante o Holocausto.

Nos últimos dois anos, a trivialização do Holocausto “teria [se] tornado cada vez mais uma tendência dominante para muitos políticos, movimentos de base, nas mídias e na internet”, afirma o CAM, que criticou nisso uma distorção da história e uma afronta direta às vítimas e à dignidade dos sobreviventes. “A trivialização dos crimes contra a humanidade da Alemanha nazista alimenta negadores do Holocausto, que tentam menosprezar os crimes dos nazistas”, afirma o diretor-executivo do CAM, Sacha Roytman Dratwa. Se isso for tolerado, surgirão “espaços seguros para conspirações antissemitas, uma negação aberta do Holocausto e outras ideologias extremistas”.

Segundo o CAM – uma união de aproximadamente 330 organizações – o estudo foi realizado pela agência Buzzilla, especializada na observação de mídias online e sociais. Ao longo de um período de dois anos, ela examinou matérias do Facebook, do Twitter, do Instagram e do YouTube, bem como sites de notícias, fóruns, blogs e comentários de usuários em inglês, espanhol, francês, italiano, árabe e hebraico. O CAM publicou em um banco de dados online parte dos incidentes sobre a trivialização do Holocausto registrados desde julho de 2021.

Publicado com autorização
de audiatur-online.ch.

sumário Revista Chamada Abril 2022

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