Descoberta arqueológica na possível área de Betsaida

A equipe de escavação disposta no perímetro da igreja bizantina dos Apóstolos. Foto: Projeto de escavação de El-Araj (www.elarajexcavations.com)A equipe de escavação disposta no perímetro da igreja bizantina dos Apóstolos. Foto: Projeto de escavação de El-Araj (www.elarajexcavations.com)

Um bispo da Baviera chamado Willibald relatou que, em 724 d.C., havia uma igreja em Betsaida, às margens do lago de Genesaré. O peregrino Willibald afirmou que ela teria sido construída no local da casa onde moravam os apóstolos Pedro e André. Betsaida é um lugar muito especial ainda por outro motivo: o evangelho de Mateus relata que foi naquela localidade que Jesus realizou a maior parte dos seus milagres. Também o historiador romano-judeu Flávio Josefo citou esse lugar sob o nome de “Julias” no contexto do sepultamento do filho do rei Herodes. Embora não haja dúvidas sobre a importância da região, os cientistas não chegaram a uma unanimidade sobre a sua localização. Ao que parece, porém, esse debate, levantado em 1998, toma agora um outro rumo, depois que na atual Beith Habek – al-Araj em árabe – se descobriu, durante escavações arqueológicas, um mosaico singular. O líder das escavações, professor Mordechai Aviam, do Kinneret College, disse a esse respeito: “Encontramos aqui uma grande abside a leste, e revelamos duas inscrições. Enquanto a menor delas menciona um diácono e um projeto de construção, trata-se na maior de um meio medalhão com referência a um bispo e a reconstrução do edifício”. As inscrições desses multicoloridos mosaicos têm marcas típicas que permitem datá-las do período bizantino. Para os arqueólogos, isso faz sentido porque no ano de 749 d.C. um terremoto causou grandes danos naquela região. Enquanto na sequência outras igrejas na região junto ao lago foram abandonadas, os achados arqueológicos sugerem que esta foi cuidadosamente preservada. Os arqueólogos têm certeza de que isso se deve à importância que, naquela época, os cristãos atribuíam à casa de Pedro e André.

Antje Naujoks dedicou sua vida para ajudar os sobreviventes do Holocausto. Já trabalhou no Memorial Yad Vashem e na Universidade Hebraica de Jerusalém.

sumário Revista Chamada Abril 2022

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