Indústria de alta tecnologia e software espião

Têm sido frequentes as chances de elogiar os benefícios que Israel proporciona com suas inovações aos mais diversos setores de toda a humanidade. No entanto, às vezes há também obscuridades, como com os drones, por exemplo, capazes de salvar vidas humanas, mas também de destruí-las. Situação semelhante é a de outra área da tecnologia na qual Israel tem brilhado: softwares de espionagem. Já faz tempo que o país frequenta as manchetes nesse contexto. Ainda que o grupo empresarial israelense NSO tenha declarado cumprir com o programa Pegasus uma “missão salvadora de vidas” – já que, segundo especialistas, este é o mais eficiente software de espionagem para telefones celulares – o programa também deve ser classificado como ciberarmamento. Utilizado no combate a terroristas e à criminalidade pesada, ele pode proporcionar muitas bênçãos, mas existe também o outro lado da moeda. Embora o grupo NSO insista em que o software foi vendido exclusivamente a agências estatais, há pesquisas mostrando que justamente regimes autoritários utilizaram esse programa para monitorar adversários políticos, opositores, jornalistas, ativistas dos direitos humanos e outros. A pesquisa desencadeou um escândalo que vinculou a alta tecnologia israelense e regimes usuários de práticas discutíveis, incluindo ligações com o assassinato de Khashoggi, crítico do regime saudita. Em muitos países, especialmente na França e na Alemanha, houve escândalo e máxima prontidão de alarme. As autoridades estatais israelenses comprometeram-se por enquanto a elevar sua vigilância contra o possível abuso desse software de espionagem.

sumário Revista Chamada Janeiro 2022

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