Chamados de muezins em Colônia

Chamados de muezins em Colônia

Durante os próximos dois anos, as mesquitas em Colônia (Alemanha) estão autorizadas a chamar à oração das sextas-feiras. Depois disso, a situação deverá ser reavaliada. O chamado do muezim não pode exceder cinco minutos e deve limitar-se ao período das 12 às 15 horas. Além disso, as mesquitas devem avisar antes a vizinhança por meio de folhetos e disponibilizar um interlocutor para responder a perguntas. Um comunicado da prefeitura de Colônia pela imprensa dizia: “Enquanto nas igrejas cristãs badalam os sinos para chamar os crentes ao culto público, nas mesquitas das comunidades de fé muçulmanas essa finalidade é atendida pelos chamados dos muezins”. O ex-presidente do conselho da Igreja Luterana Alemã (EKD[1]), que encerrou seu mandato em novembro do ano passado, Heinrich Bedford-Strohm, não vê impedimentos para isso. “Se em Colônia isto for visto como parte integrante de uma vida religiosa, nada há a opor a isso”, comentou ele numa entrevista. Vivemos numa cultura em desenvolvimento: “Por isso precisamos intensificar o diálogo inter-religioso – no espírito da tolerância que desejo para sociedade em geral”. A diretora do Centro de Pesquisas do Islã Global em Frankfurt/Meno, prof. Susanne Schröter, porém, criticou o projeto-modelo. Ao contrário do badalo cristão de sinos, esse modelo incorporaria a mensagem de que Alá seria o maior, disse a cientista. A permissão do chamado para a oração da sexta-feira constituiria um privilégio principalmente para os representantes do islã político, como por exemplo a União Islâmica Turca. O jornalista Benedict Neff expressou algo similar no NZZ: “A prefeita da cidade enxerga isso como expressão de liberdade e diversidade. Na realidade, porém, com isso ela promove o islã político”.

Segundo uma recente consulta, cerca de três quartos dos cidadãos alemães são contrários a que o chamado dos muezins seja tão óbvio quanto o badalar dos sinos de igrejas. Sessenta e quatro por cento não querem isso “de maneira nenhuma”. Esse foi o resultado de uma pesquisa representativa do instituto de pesquisa de opinião pública Civey por encomenda do jornal Bonner General-Anzeiger. Dezoito por cento foram a favor do chamado islâmico à oração e 6% estavam indecisos.

 

Nota

  1. Evangelische Kirche Deutschland (Igreja Evangélica [Luterana] na Alemanha).
sumário Revista Chamada Janeiro 2022

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