Thomas Lieth

Prezados Amigos - por Thomas Lieth

Parece incrível, mas o ano já está chegando ao fim – e ainda nem conseguimos trocar todos os presentes de Natal... Contudo, agora é tarde. Sim, e agora é novamente hora de pensar nos presentinhos para as crianças e no que daremos à titia Erna no Natal. E, ainda que não pareça – acho muito bonita essa tradição!

Afinal, o que se pode ter contra surpreender as crianças com um calendário de Advento e alegrar nossos queridos com presentes? Pouco ou nada. Portanto, sou fã tradicional do Natal com tudo o que tem direito – e isso de qualquer modo inclui presentes. Mas já que estamos falando em presentes, o maior presente é o amor. Ou não? Pois bem: tenho mais alegria com o amor da minha esposa do que com um par de meias. E, mesmo para as crianças, o amor dos seus pais certamente é mais importante do que qualquer brinquedo – sem que uma coisa tenha necessariamente de excluir a outra. Mas presentes sem amor são como ribeiros sem água. Paulo escreve: “Agora, pois, permanecem a fé, a esperança e o amor, estes três; porém o maior deles é o amor” (1Co 13.13).

Talvez fosse conveniente que o período pré-natalino deste ano nos sensibilizasse a tratar nossos próximos em geral e nossos irmãos na fé em especial com muito mais amor. Não existe um excesso de conflitos, cisões, inveja, orgulho e arrogância nas igrejas e entre os irmãos? Todas essas coisas levam ao desamor.

Prezados leitores, com certeza não teremos todos a mesma opinião. Também não achamos todos igualmente simpáticos. Não temos os mesmos dons, nem o mesmo conhecimento. Frequentamos as mais diferentes igrejas e cantamos cânticos diferentes. Algum dos artigos da Chamada você lerá com prazer e se sentirá revigorado; diante de outros você sacudirá a cabeça e se aborrecerá. Mas será que todos nós esquecemos que Deus não ama menos aquele irmão do que aquela outra irmã? Será que esquecemos que a Bíblia nos alerta contra inveja e conflitos, mas ao mesmo tempo nos convoca a amar incondicionalmente? Como foi mesmo que Paulo escreveu? “O amor é paciente e bondoso. O amor não arde em ciúmes, não se envaidece, não é orgulhoso, não se conduz de forma inconveniente, não busca os seus interesses, não se irrita, não se ressente do mal. O amor não se alegra com a injustiça, mas se alegra com a verdade. O amor tudo sofre... tudo suporta” (1Co 13.4-7).

Onde então ainda haverá espaço para brigas e irritação, para arrogância e nosso desamor? E esse amor, especialmente entre irmãos e independente da igreja à qual pertençam, não é nenhum sonho piedoso ou alguma sugestão, mas uma inequívoca convocação. Assim, o apóstolo João diz: “Amados, amemo-nos uns aos outros porque o amor procede de Deus, e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus... Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. Amados, se Deus nos amou de tal maneira, nós também devemos amar uns aos outros” (1Jo 4.7-11).

Esse seria um presente extraordinário, se daqui para a frente você tratar seus irmãos com amor sincero, ignorando todos os limites e diferenças. O amor pode ser exercitado e aplicado de forma prática ao considerarmos o próximo superior a nós mesmos. Assim, desejo-lhe que alguém lhe dê o amor como presente e que você também surpreenda e alegre outros com esse presente. Na certeza de que Deus nos deu o presente mais extraordinário e valioso ao tornar-se homem em seu Filho, Jesus Cristo, saúdo todos fraternalmente.

Thomas Lieth é pregador e responsável pelo trabalho editorial da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Dezembro 2021

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