Cogumelos brilhantes

O que alguns cogumelos têm em comum com certos vaga-lumes, águas-vivas, besouros e rãs? Eles brilham com uma luz autofabricada. Trata-se de um talento conhecido como bioluminescência. No entanto, ao passo que a razão para o brilho nesses animais ser conhecida, essa capacidade apresentada nos cogumelos permanecia até pouco tempo um mistério. Uma equipe liderada por Zinaida M. Kaskova, da Academia de Ciências da Rússia, localizada em Moscou, decifrou a estrutura das moléculas responsáveis no cogumelo brasileiro Neonothopanus gardneri. Bioluminescência é a capacidade de um organismo vivo gerar e emitir luz, ou seja, enviá-la. Isso é possível através de reações químicas específicas que ocorrem dentro do organismo. Um pigmento fluorescente (luciferina) é oxidado em oxiluciferina com o auxílio de uma enzima (luciferase). Quando a oxiluciferina decai, há a geração de energia, que é convertida em luz de um determinado comprimento de onda quase sem perda. O olho humano percebe o brilho como verde por causa desse comprimento específico da onda.

Nada ocorre ao acaso na natureza. A própria aparência extraordinária dos cogumelos possui uma função biológica. A luz verde emitida é visível a insetos, atraindo-os ao cogumelo. Semelhante ao princípio das “abelhas e flores”, os insetos pousam no cogumelo e, à medida que se movimentam, transportam esporos que se agarram a eles. Devido ao seu brilho conspícuo, esses cogumelos apresentam vantagens em termos de reprodução e distribuição.

sumário Revista Chamada Setembro 2021

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