Mudança de decisão em novo governo dos EUA

O governo norte-americano de Joe Biden reverteu mais uma decisão de Donald Trump e renovou o orçamento da obra assistencial UNRWA, considerada antissemita.

O secretário de estado dos EUA, Antony Blinken, anunciou que o país decidiu renovar a ajuda econômica aos palestinos e à Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA). Durante o governo Trump, essa ajuda havia sido reduzida e suspensa. O valor representava uma parte considerável do orçamento da UNRWA. Além disso, sob Trump também havia-se reduzido a ajuda da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) aos palestinos.

Gilad Erdan: “Israel se opõe decididamente às atividades anti-israelenses e antissemitas praticadas nas instalações da UNRWA”.

Em 2018, Donald Trump cancelou o financiamento norte-americano para a obra assistencial da ONU sob o argumento de que ela apenas perpetuaria e reforçaria o problema dos refugiados palestinos em vez de resolvê-lo. Esse é o ponto de vista que Israel também defende até hoje. O embaixador israelense nos EUA e nas Nações Unidas, Gilad Erdan, declarou: “Israel se opõe decididamente às atividades anti-israelenses e antissemitas praticadas nas instalações da UNRWA”. Ele crê que a existência da obra assistencial das Nações Unidas “não deveria existir em seu formato atual e que suas atividades instigadoras e sua política incorreta na hora de determinar quem seria um refugiado” apenas consolida o conflito e promove o ódio entre as pessoas na população palestina.[1]

Segundo o secretário Blinken, os EUA voltarão a enviar recursos de apoio. Seriam 75 milhões de dólares para fins de desenvolvimento na Judeia, na Samaria e em Gaza, 10 milhões de dólares para os programas de “paz” da USAID e 150 milhões de dólares para a UNRWA.[2] Para isso, os EUA se comprometeram a configurar de forma transparente a sua parceria com a UNRWA e a assegurar a aplicação de reformas nessa obra auxiliadora. Nos últimos anos, revelou-se uma considerável corrupção na UNRWA, incluindo o emprego de verbas da agência para fins particulares. Em Israel reina a opinião de que a renovação do apoio pelos EUA deveria ser vinculada a profundas mudanças. Seria necessário mudar o modo, os objetivos e o procedimento da organização.

David Bedein, diretor-executivo do Centro de Pesquisa Política do Oriente Próximo, observa as atividades da UNRWA há mais de 30 anos. Ele afirma que a decisão dos americanos constitui um passo errado e imprudente.[3]

O governo Biden infelizmente anda dedicado a desfazer por princípio todas as providências tomadas pela administração anterior. No entanto, parece não haver preocupação com as consequências de tudo isso. O atual governo norte-americano parece não ter interesse no problemático comportamento que continua sendo praticado nas escolas daquela organização de refugiados. A negação do direito de existência de Israel e a incitação contra o Estado judeu prossegue abertamente nos livros escolares disponibilizados ali.

Bedein queixa-se de que, em vez de condicionar o retorno do dinheiro a mudanças necessárias, os EUA premiam os agitadores e encorajam a próxima geração a prosseguir com o terror contra os israelenses.

Notas

  1. “Israel officials slam US resumption of aid to UNRWA”, Middle East Monitor, 9 abr. 2021. Disponível em: https://www.middleeastmonitor.com/20210409-israel-officials-slam-us-resumption-of-aid-to-unrwa/.
  2. Yolande Knell, “Biden administration to restore $235m in US aid to Palestinians”, BBC, 7 abr. 2021. Disponível em: https://www.bbc.com/news/world-middle-east-56665199.
  3. David Bedein (blog), “Vital perspective on renewed US aid to UNRWA”, The Times of Israel, 16 abr. 2021. Disponível em: https://blogs.timesofisrael.com/vital-perspective-on-renewed-us-aid-to-unrwa/.

Nathanael Winkler é pastor de jovens e membro da liderança da Chamada na Suíça. Além disso, é professor de ensino bíblico e teologia prática no Centro Europeu de Treinamento Bíblico.

sumário Revista Chamada Agosto 2021

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