O peixe-zebra e sua capacidade de regeneração

O peixe-zebra consegue regenerar completamente barbatanas machucadas ou amputadas. Agora os pesquisadores conseguem demonstrar a maneira coordenada exata como acontece a nova formação da célula, a diferenciação e a formação do tecido. Esse peixinho, medindo entre 3-4 centímetros, consegue até regenerar o coração ou cérebro com danificações em um âmbito maior.[1] As barbatanas da cauda são formadas por ossos, pele e nervos, vasos sanguíneos e outros tipos de células que se regeneram rapidamente e com perfeita coordenação mútua. “Não importa o quanto falta em uma barbatana, ela sempre cresce exatamente até o tamanho exato”, esclarece o dr. Daniel Wehner, da Universidade de Ulm (Alemanha).[2]

De acordo com o prof. Gilbert Weidinger, para que a regeneração aconteça, a multiplicação, a maturação e a formação do tecido estrutural precisam ser comandadas com precisão. Isso acontece após os processos iniciais de restauração da lesão por meio de “centros de controle” instalados no tecido germinativo. Esses órgãos são chamados “explosões”, formados por células primárias de fácil multiplicação, dos quais posteriormente surge o novo órgão, nesse caso a barbatana. “Somente se esses processos complexos agirem em conjunto e o ajuste fino entre as diferentes áreas de desenvolvimento for exato é que surgirá um novo órgão com forma e funcionamento corretos”, afirmam os pesquisadores de Ulm, os quais trabalharam em cooperação com cientistas da Universidade de Pádua (Itália) e de Utah (EUA).

Os especialistas estão esperançosos quanto à possibilidade de que, a longo prazo, haja a possibilidade de aprimorar também no ser humano o potencial de regeneração limitado existente.[3]

Publicado com autorização
de factum-magazin.ch.

Notas

  1. Redação Galileu, “Pesquisadores registram larvas de peixe-zebra”, Revista Galileu, s.d. Disponível em: https://glo.bo/2SBgzb1.
  2. Andrea Weber-Tuckermann, “‘Flosse ab und trotzdem nicht arm dran’ Ulmer Forscher entdecken grundlegenden Mechanismus zur Geweberegeneration”, Universität Ulm, s.d. Disponível em: https://www.uni-ulm.de/en/universitaet/hochschulkommunikation/presse-und-oeffentlichkeitsarbeit/aktuelles-thema/flossenregeneration/.
  3. Lothar Kuhn, “When severed spinal cord grows back together again”, Max-Planck-Zentrum für Physik und Medizin, 6 jan. 2021. Disponível em: https://www.mpzpm.de/news/news-details/article/News/detail/when-severed-spinal-cord-grows-back-together-again/.
sumário Revista Chamada Agosto 2021

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