A Grande Conspiração Econômica

Wilfred J. Hahn: "Um dos meus focos principais tem sido falar e escrever sobre as tendências monetárias do fim dos tempos e as condições que levam especificamente à armadilha monetária escatológica. É tudo uma questão de política econômica global."

Ler sobre economia pode parecer entediante, mas não é. Estamos discutindo aqui conspirações cosmológicas que são validadas na Bíblia. Como tais, temos certeza de nossos pontos de vista. Não somos, de maneira alguma, pessoas malucas correndo atrás do vento. Uma grande conspiração está se desenrolando... que ainda aguarda a ascensão de um “mestre em astúcias” (Dn 8.23).

Onde tudo isso começa, e onde termina? Satanás e seus ajudantes (juntamente com cúmplices humanos) estão construindo uma armadilha monetária para a humanidade já há algum tempo. Ela foi desenvolvida passo a passo ao longo dos últimos séculos. O objetivo final é unificar a humanidade numa rebelião contra Deus.

Recentemente, vários passos gigantescos foram dados na direção desse alvo. A pandemia de Covid-19 serviu como um catalisador, um acelerador imenso. Do nosso ponto de vista, é o maior avanço tático dessa armadilha monetária até agora e significa que os planos de Satanás estão se acelerando de forma ousada. O cumprimento da profecia de Apocalipse 13.17 está se aproximando rapidamente.

Como estamos discutindo conspirações, precisamos primeiro determinar algumas precauções. Esse é um campo que atrai muita especulação desvairada. Este autor deixa claro que nunca teve muito envolvimento com teorias da conspiração globais de teor radical e sem fundamento que circulam na internet. Isso não quer dizer que não existam conspirações. Existem muitas – entre elas, uma conspiração colossal. Esta última será o nosso foco neste artigo, como explicaremos mais adiante.

Sim, existem muitas teorias da conspiração que estão cheias de sugestões e alegações não comprovadas. Percebe-se que os detalhes são muitas vezes especulativos e obscuros. Dessa forma, a maioria das teorias da conspiração são difíceis de validar. Seu foco é geralmente sobre atores humanos específicos, as chamadas pessoas “más”.

Vamos primeiro estabelecer alguma proporcionalidade neste tópico. Para início de conversa, é fundamental reconhecer que os seres humanos são apenas pequenos atores na cosmologia da conspiração. Em sua maior parte, eles são peões. Em segundo lugar, ao examinar conspirações, é necessário ter primeiro uma base sólida. Onde encontramos isso? Nas Escrituras. Consultar a Bíblia nos permite embasar as nossas perspectivas diretamente em algo confiável e imutável.

O grande plano satânico

A conspiração central de toda a história é aquela que diz respeito a Satanás no comando mundial da humanidade. Seu alvo é unir (seja pela força, conluio ou engano) a terra inteira em sua rebelião contra Deus e seu Filho.

O salmista diz: “Por que se amotinam as nações e os povos tramam em vão? Os reis da terra tomam posição e os governantes conspiram unidos contra o Senhor e contra o seu ungido...” (Sl 2.1-2).

Como podemos ter certeza dos planos de Satanás? Novamente, voltamos às Escrituras. Nesse ponto, devemos nos lembrar de que o apóstolo Paulo agiu “a fim de que Satanás não tivesse vantagem sobre nós; pois não ignoramos as suas intenções” (2Co 2.11). As tramas de Satanás deveriam, portanto, ser óbvias para nós.

Descobrimos na Bíblia a brilhante criação de seu programa: o desencadeamento da armadilha monetária escatológica. Em nossa interpretação, ela ocorre um pouco antes do ponto central da tribulação (ou logo após).

Esse é o tempo em que a imagem “falante” da primeira besta fará com que todas as compras e vendas sejam restringidas, com exceção daqueles que reconhecerem e “receberem certa marca na mão direita ou na testa, para que ninguém pudesse comprar nem vender, a não ser quem tivesse a marca” (Ap 13.16-17).

Essa armadilha econômica também é profetizada claramente em outro lugar na Bíblia. Nós a encontramos em Lucas 21.34-35: “Tenham cuidado, para não sobrecarregar o coração de vocês de libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida, e aquele dia venha sobre vocês inesperadamente. Porque ele virá sobre todos os que vivem na face de toda a terra”.

O apóstolo Paulo é alertado a respeito desse plano satânico e ora “para que assim [aqueles que estão perdidos] voltem à sobriedade e escapem da armadilha do Diabo, que os aprisionou para fazerem a sua vontade” (2Tm 2.26).

As condições descritas nos versículos mencionados acima se alinham com aquelas que já vemos se desenrolando ao redor do mundo na história recente. Condições como as “ansiedades da vida”, que se aplicam a “todos os que vivem na face de toda a terra”, poderiam muito possivelmente incluir estilos de vida sob pressão, materialismo profundo, pandemias, mercados financeiros instáveis, endividamento, as decepções da Teoria Monetária Moderna e as crises econômicas de nosso tempo. Isso seria apenas uma pequena amostra das causas da ansiedade humana.

Mas por que Satanás iria querer preparar essa armadilha monetária escatológica? O salmista afirma: “Homens arrogantes prepararam armadilhas contra mim, perversos estenderam as suas redes; no meu caminho armaram ciladas contra mim” (Sl 140.5). Se armadilhas estão sendo construídas, então deve existir um caçador e deve existir um plano.

Revisando: as Escrituras dizem que uma grande rebelião contra Deus está a caminho, e não devemos ser enganados a esse respeito. “Não se deixem enganar pelo que dizem, pois esse dia não virá até que surja a rebelião e venha o homem da perversidade, aquele que traz destruição” (2Ts 2.3, NVT). Ele atentará contra o Altíssimo.

Vemos então que a rebelião é claramente liderada por Satanás – também referido como o Kosmokratōr (Ef 6.12) – que está no poder por trás do “homem da perversidade”. Ele “traz destruição”, sendo aquele que “destruirá muitos que nele confiam e se insurgirá contra o Príncipe dos príncipes” (Dn 8.25).

Mas por que Satanás escolheu controles econômicos e financeiros para ajudar a provocar uma rebelião colossal da humanidade? Porque esse é o único meio efetivo de poder global que ele pode reunir. Ele não é onipresente, como Deus e seu Espírito são. Enquanto o Espírito Santo pode comunicar-se com toda a humanidade simultaneamente, Satanás não tem esse poder. Ele precisa, de fato, de um sistema global.

Em vez disso, o meio mais eficaz de controlar ou guiar toda a humanidade é através de um sistema financeiro global, comercial e integrado. E, por acaso, os traços e inclinações inatas da humanidade se encaixam direitinho nesse esquema: a suscetibilidade psicológica das pessoas a crises (de qualquer tipo), a atração de Mamom e uma vulnerabilidade aguda ao amor ao dinheiro. É simples assim.

Os comportamentos em massa e as cumplicidades dos seres humanos são muito previsíveis. A Bíblia descreve o funcionamento interno e as vulnerabilidades da humanidade. Conhecendo-os, não ficaremos surpresos ao descobrir quão inconstantes e tendenciosas são as ações e escolhas humanas. Pode ser observado que os humanos são mais controlados por suas emoções do que por suas cabeças.

O dinheiro e o medo andam de mãos dadas. Em nossa cultura atual, estar sem dinheiro é considerado pior do que ter câncer. Robert South, um influente clérigo inglês do século XVII, disse: “Não são poucos os que acreditam em nenhum outro deus além de Mamom, nenhum outro diabo a não ser a ausência do ouro, nenhuma condenação a não ser a pobreza e nenhum inferno a não ser uma carteira vazia; e não são poucos os seus descendentes que ainda vivem”.[1] Esse diagnóstico não poderia ser mais sucinto e preciso. Ele explica exatamente por que a humanidade é tão vulnerável às artimanhas do Diabo.

"Manter as fontes de conspirações separadas nos impedirá de sermos levados na direção errada e confundidos pela cacofonia diária de sensacionalismo e exagero que parece comandar o mundo midiático atual."

A Bíblia menciona muitas conspirações. E existem diversas conspirações operando hoje. Embora sejam muitas, há apenas dois tipos principais.

O primeiro tipo de conspiração

Um tipo de conspiração envolve primariamente participantes humanos, e há um grande número delas. Na verdade, todos os humanos participarão de diversos esquemas ao longo de suas vidas. Eles podem parecer triviais à vista das conspirações muito maiores e de maior impacto global que acontecerão, mas se qualificam como conspirações e são, de fato, pecaminosas.

Permanece o fato de que todos os seres humanos pecam, e todos nós já fomos conspiradores de uma forma ou outra. A maldade pode ser encontrada em qualquer lugar, sob vários disfarces, objetivos e táticas.

Permanece o fato de que todos os seres humanos pecam, e todos nós já fomos conspiradores de uma forma ou outra. Nesse aspecto, seja em maior ou menor escala, não há diferença para Deus.

Dito isso, há pessoas que tem os meios e a oportunidade de participar em conspirações excepcionalmente grandes, talvez até mesmo coordenadas globalmente. Esse é o grupo que atrai mais a atenção da comunidade caçadora de conspirações. Eles protestam contra essas pessoas “más”, imaginando que conseguem enxergar o que há no coração delas.

A maioria presume que os participantes desses esquemas em grande escala são as elites, os ricos e os plutocratas. Esse não é totalmente o caso. A maldade pode ser encontrada em qualquer lugar, sob vários disfarces, objetivos e táticas. Portanto, muitos conspiradores não são necessariamente identificados com facilidade.

Este autor sempre afirmou que a maioria das pessoas seria vulnerável a tornar-se parte da chamada “elite perversa” se tivesse a oportunidade. Por quê? Todos eles são humanos e possuem as mesmas inclinações e tentações em potencial.

Quais são as principais vulnerabilidades e vícios da humanidade? Há quatro principais que têm origem primordial. Nós já mencionamos alguns deles. Feitos um pouco menor do que os anjos, a vulnerabilidade desses quatro vícios foi entrelaçada na própria trama do nosso ser pelo Criador.

A primeira das quatro vulnerabilidades humanas é mencionada pelo apóstolo Paulo: “Pois o amor ao dinheiro é a raiz de todos os males” (1Tm 6.10a). Eles escolhem servir Mamom como seu mestre (Mt 6.24). Pode-se entender rapidamente a atração poderosa de associar-se com a riqueza (dinheiro) perversa e injusta. A humanidade é naturalmente predisposta a adorar Mamom.

Outras três predisposições que levam a humanidade a envolver-se em problemas são apresentadas pelo o apóstolo João: “Pois tudo o que há no mundo – a cobiça da carne, a cobiça dos olhos e a ostentação dos bens – não provém do Pai, mas do mundo” (1Jo 2.16). A humanidade vive no mundo. Aprendemos aqui que a cobiça da carne, o domínio e a autodeterminação completam a lista. Esses são os quatro impulsos principais que levam a humanidade ao pecado e às conspirações. Nós mesmos os concebemos ou somos levados a uma cumplicidade com outros em negócios nefastos.

É possível encontrar exemplos na Bíblia. Ezequiel, por exemplo, aponta as conspirações “políticas” da elite: “Há nela uma conspiração de seus príncipes como um leão que ruge ao despedaçar sua presa; devoram pessoas, apanham tesouros e objetos preciosos e fazem muitas viúvas” (Ez 22.25). Isso é uma conspiração.

Alternativamente, o salmista reclama dos perigos diários da corrupção. Ele clama: “Defende-me da conspiração dos ímpios...” (Sl 64.2). Ele aponta para a maldade geral no mundo humano. Esses tipos de conspirações se encaixam na área de influência humana, embora quase certamente sejam encorajados por Satanás.

O segundo tipo de conspiração

O segundo tipo de conspiração envolve o cosmológico e o primordial. Precisamos, em seguida, reconhecer as conspirações mais poderosas e letais de todas – aquelas do reino espiritual.

“Pois a nossa luta não é contra seres humanos, mas contra os poderes e autoridades, contra os dominadores deste mundo de trevas, contra as forças espirituais do mal nas regiões celestiais” (Ef 6.12).

A Bíblia deixa claro que conspirações do reino espiritual são as mais perigosas e importantes. Na verdade, são tão perigosas que o próprio Jesus Cristo nos deu armas para combatê-las. Também temos a garantia de que recebemos imunidade e invencibilidade nessas batalhas. O capítulo 6 de Efésios lida com os estratagemas de batalha e o equipamento que devemos usar.

Assim, é de grande importância sempre diferenciar corretamente esses dois tipos de conspirações. Por quê? Porque somos encorajados a lutar contra os reinos espirituais das trevas – não contra humanos.

Manter essas fontes separadas nos impedirá de sermos levados na direção errada e confundidos pela cacofonia diária de sensacionalismo e exagero que parece comandar o mundo midiático atual.

Além disso, não devemos fazer tempestade em copo d’água, a saber, no que diz respeito aos planos “humanos”. Enfatizando esse ponto, Isaías fez a seguinte declaração: “Não chamem conspiração a tudo o que esse povo chama conspiração; não temam aquilo que eles temem, nem se apavorem. O Senhor dos Exércitos é que vocês devem considerar santo, a ele é que vocês devem temer, dele é que vocês devem ter pavor” (Is 8.12-13).

O que eu acredito que Isaías está dizendo aqui é: não prestem atenção às várias especulações de conspirações loucas sobre participantes e golpistas humanos. Não devemos desfiar histórias altamente especulativas sobre conspirações humanas. Ao invés disso, devemos seguir com nossas vidas, sem nos fixarmos nos vilões humanos, nem tendo medo de pessoas. Pelo contrário, temamos ao Senhor.

Conclusão

A tática necessária de Satanás é controlar todos os seres humanos na terra e ter poder sobre eles. Por que ele precisa fazer isso? Novamente, porque ele está planejando uma rebelião unificada de toda a humanidade contra Deus.

No final, as táticas de Satanás para levar a humanidade a adorá-lo serão brutais; com muitas manobras desonestas e cruéis por vir. É essencial notar que os participantes humanos não são os instigadores aqui. Quaisquer que sejam os papéis que eles possam desempenhar, eles permanecem sendo criaturas feitas de carne e sangue. Mais uma vez, eles são meros peões que foram enganados.

Se não devemos vilificar os seres humanos, então no que deveríamos nos focar?

Resposta: devemos focar em Jesus Cristo e na batalha espiritual contra o mal originário do submundo. O Senhor nos equipou para batalharmos nessa arena. Relembremos que o apóstolo Paulo nos diz que estamos expressamente vestidos para a batalha no reino espiritual. Na verdade, nos foi concedida imunidade. Como assim?

Romanos 8.38-39 diz: “Pois estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra coisa na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor”.

Nós somos encorajados a saber que, assim como somos de fato preparados para entrar na batalha com o próprio Satanás, nos foram dados não apenas estratagemas, mas também invencibilidade. Efetivamente, estamos selados espiritualmente.

Novamente, por que deveríamos lutar contra os reinos espirituais ao invés de atacar outros seres humanos? Como é mostrado em Efésios 6, nossa batalha não é contra carne e sangue. Além disso, nós somos admoestados a não chamar tudo de “conspiração de dimensões espirituais”. De forma bastante definitiva, as fontes espirituais estão acima das conspirações humanas em poder.

Nosso Senhor deseja que direcionemos nossa batalha contra as grandes forças que vêm de cima, e não desperdicemos nossas energias e poder de fogo contra outras pessoas.

Nota

  1. Robert South (1634-1716) foi um clérigo inglês conhecido por sua pregação combativa e sua poesia em latim.

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Wilfred J. Hahn é economista e já foi o diretor executivo do Grupo de Investimentos Globais do Bank of Canada.

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