Sebastian Steiger

Se você escrevesse para irmãos e irmãs na fé que estão sofrendo perseguição, o que diria? Quais seriam as suas prioridades? Como encorajá-los em meio a circunstâncias difíceis? O apóstolo Pedro, após a saudação inicial, escreve: “Bendito seja o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo! Conforme a sua grande misericórdia, ele nos regenerou para uma esperança viva, por meio da ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos, para uma herança que jamais poderá perecer, macular-se ou perder o seu valor. Herança guardada nos céus para vocês que, mediante a fé, são protegidos pelo poder de Deus até chegar a salvação prestes a ser revelada no último tempo” (1Pe 1.3-5).

É muito interessante observar que Pedro conforta os “peregrinos dispersos no Ponto, na Galácia, na Capadócia, na província da Ásia e na Bitínia” (v. 1) com a verdade de que nós, cristãos, temos uma “herança que jamais poderá perecer”, que está “guardada nos céus”, protegida “pelo poder de Deus”. Por que essa mensagem era tão importante para Pedro a ponto de iniciar sua carta com ela? Porque ele sabia que as promessas futuras de Deus são o maior incentivo para aqueles que entendem que são “estrangeiros e peregrinos no mundo” (1Pe 2.11). William MacDonald resume: “Tendo em vista a esperança da redenção do corpo e de uma herança gloriosa, os cristãos podem exultar, mesmo em meio às provações”.[1]

Por mais que no Brasil seja difícil passar por situações de perseguição física ou mental por causa da fé, também podemos aplicar essa mensagem ao nosso cotidiano, às nossas provações e lutas na caminhada com Cristo. A esperança da nossa herança celestial e do iminente retorno de Cristo que iniciará esse processo é a fonte motivadora para o nosso dia a dia (leia aqui). É por isso que nos entristece ver cada vez menos cristãos esperando o retorno de Cristo (leia aqui e aqui). Ao mesmo tempo, sabemos que Deus escuta as nossas orações “em qualquer circunstância e lugar ou por qualquer razão”, e que “o Senhor é gracioso e compassivo para com qualquer pessoa que expresse humildade diante dele” (leia aqui). Ele deseja que voltemos a ter a mesma esperança que a igreja primitiva possuía. Por isso, oremos hoje mesmo: maranata, vem, Senhor Jesus!

Desejo-lhe uma boa leitura.

 

Nota

  1. William MacDonald, Comentário Bíblico Popular: Novo Testamento (São Paulo: Mundo Cristão, 2011), p. 909 (ênfase no original).
sumário Revista Chamada Junho 2021

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