A Violenta História do Cristianismo

Certa ocasião em que o Senhor Jesus estava com seus discípulos, ele lhes perguntou: “‘Quem o povo diz que eu sou?’ Eles responderam: ‘Alguns dizem que és João Batista; outros, Elias; e, ainda outros, um dos profetas’. ‘E vocês?’, perguntou ele. ‘Quem vocês dizem que eu sou?’ Pedro respondeu: ‘Tu és o Cristo’” (Mc 8.27-29).

“O homem fala muito quando o dia é longo”, diz um ditado alemão. No decorrer de todos os séculos, muito já foi dito e afirmado. Uma teoria substitui a outra. Todavia, menos do que afirmações que os homens estabeleçam, importa muito mais o que o Espírito Santo tem a dizer. As declarações da Bíblia são inspiradas pelo Espírito Santo e somente elas é que deveriam determinar o que pensamos. “As armas com as quais lutamos não são humanas; ao contrário, são poderosas em Deus para destruir fortalezas. Destruímos argumentos e toda pretensão que se levanta contra o conhecimento de Deus e levamos cativo todo pensamento, para torná-lo obediente a Cristo” (2Co 10.4-5).

Dizem que por muitos séculos o cristianismo foi a religião mais agressiva do mundo e que em nome da cruz foram cometidas muitas atrocidades.

Nem todo o que veste a camiseta de um clube de futebol pertence a ele. Há muitos que só acompanham, fãs, simpatizantes que não pertencem de fato a um clube registrado nem jogam ativamente de acordo com as regras. O que se diria da afirmação de que – por causa dos hooligans – o futebol é uma das organizações mais negativas, violentas e perigosas para a sociedade, que perverte os nossos jovens e só causa estrago? Afinal, é preciso distinguir atentamente entre hooligans, que abusam do futebol apenas para impor os seus objetivos ilegais e atos de violência, e os futebolistas autênticos que jogam de acordo com as regras internacionais da FIFA.

Nem todo que porta uma “roupagem” ou símbolos cristãos é de fato cristão. Somente alguém que leva os ensinamentos da Bíblia a sério e vive de acordo com eles é de fato cristão.

O cristianismo bíblico proclama a mensagem salvadora do evangelho de Jesus, exerce o amor ao próximo, não retribui na mesma moeda, mas busca e é convocado a viver de acordo com o exemplo de Jesus.

É verdade que os cruzados ou a Inquisição, instituída na primeira metade do século 13 como procedimento eclesiástico para facilitar a identificação de assim chamados hereges, bem como diversas seitas cristãs, causaram muitos males, e o fazem até hoje. Ainda que portassem nomes cristãos, não eram cristãos autênticos porque eles próprios não viviam e agiam segundo os padrões bíblicos. Para justificar seus feitos maus, apenas envergavam um manto de aparência cristã. O cristianismo bíblico proclama a mensagem salvadora do evangelho de Jesus, exerce o amor ao próximo, não retribui na mesma moeda, mas busca e é convocado a viver de acordo com o exemplo de Jesus. Assim, o apóstolo Paulo ensina os cristãos, dizendo: “Nada façam por ambição egoísta ou por vaidade, mas humildemente considerem os outros superiores a vocês mesmos. Cada um cuide, não somente dos seus interesses, mas também dos interesses dos outros. Seja a atitude de vocês a mesma de Cristo Jesus” (Fp 2.3-5).

A história mostra que as mudanças mais sustentáveis no mundo foram aquelas trazidas por cristãos fiéis à Bíblia, porque, além da mensagem libertadora do evangelho que proclamavam, os seguidores de Jesus realizaram no âmbito social mais do que os representantes de outras ideologias ou religiões. É bastante curioso que se tenha de usar o nome do cristianismo quando se buscam argumentos para negá-lo a fim de, assim, sustentar o próprio ponto de vista ímpio. Por que não se menciona o que os crentes em Jesus Cristo fizeram de bom em nosso mundo em nome dele? Em contraste com isso, está claramente demonstrado que o comunismo ateu, que tantos seguem, bem como o nazismo, trouxeram o “inferno” à terra.

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Maio 2020

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