“Narradores de conspiração”

A grande mídia vem combatendo as teorias de conspiração em torno da Covid-19, que chamam agora de “narrativas de conspiração”. A respeito disso, o Twitter acrescenta advertências a postagens que considera sem base científica. Um estudo do Instituto Else-Frenkel-Brunswik, localizado na Alemanha, datado ainda do primeiro semestre de 2020, concluiu que a aceitação de “narrativas de conspiração” já infiltrou-se na sociedade em grau preocupante. A psicóloga social e escritora Pia Lamberty explicou da seguinte maneira essa circunstância numa entrevista à revista Zeit für die Schule [Tempo para a escola]: “As narrativas de conspiração ganham relevância em tempos de doenças, o que se tem observado repetidamente: durante a peste na Idade Média, os judeus foram acusados de ter envenenado os poços, o que resultou em lamentáveis perseguições. A respeito da Gripe Espanhola dizia-se no início do século 20 que teria sido uma arma biológica. Crises implicam descontrole, e a narrativa de conspiração é estruturante”.

A respeito da estrutura frequentemente antissemítica de tais narrativas de conspiração, o teólogo Michael Kotsch escreve o seguinte: “Com particular frequência acusam-se personalidades públicas judias ou alegadamente judias de ter desenvolvido ou disseminado o coronavírus para então extrair disso alguma vantagem pessoal. Por exemplo, subitamente circularam histórias de que o vírus teria sido cultivado em laboratório para que Bill Gates, o fundador alegadamente “judeu” da Microsoft, pudesse faturar bastante com o negócio de vacinas. Outros insinuavam saber que, com a vacinação, chips secretos de monitoração seriam implantados por ordem de Gates, por meio dos quais o bilionário estaria preparando um governo mundial. Os cristãos deveriam distanciar-se claramente de tais ideias perigosas”.

sumário Revista Chamada Abril 2021

Confira