Atentados terroristas
Muitos islamistas encarcerados em prisões europeias pretendem cometer novos atos terroristas quando forem postos em liberdade. O cientista político Hugo Micheron, da Universidade de Princeton, nos EUA, fez essa declaração numa entrevista ao jornal Frankfurter Allgemeine Zeitung (Berlim, edição de 15/11/2020). O pesquisador entrevistou dúzias de jihadistas detidos em prisões europeias. Muitos lhe teriam relatado que aproveitam o período de reclusão para ler e confirmar mutuamente sua posição com outros presos islamistas. Para eles, a prisão seria um local de introspecção. “Eles enxergam a reclusão como etapa, como uma espécie de passagem necessária antes de prosseguirem em outro lugar com a ‘jihad’ [guerra santa].”
Em 2 de novembro, um terrorista islâmico em Viena fuzilou quatro pessoas e feriu outras gravemente. Antes disso, ele tinha participado na prisão de um “programa de desradicalização”, mas na verdade não apostatou da ideologia islâmica. Esse atentado teria demonstrado que mesmo cursos antirradicalizantes para muçulmanos radicais presos não mudam nada. É quase impossível de avaliar o perigo proveniente dos islamistas presos. Consta que só na Alemanha estão presos 200 muçulmanos radicais que haviam se associado na Síria à milícia terrorista Estado Islâmico. Na França seriam mais de 500. Nos próximos anos, muitos deles recuperarão a liberdade. Micheron exigiu que se fale abertamente na política e na sociedade sobre o modo de punir criminosos islamistas e sobre como lidar com eles após o término da sua pena. “Enquanto desviarmos o olhar, perderemos tempo valioso na luta contra o terrorismo.”