O período do Advento como espelho da história sagrada

Ano após ano, a época natalina é introduzida pelos quatro domingos do Advento, destinados a preparar a cristandade para a festa de Natal. Embora saibamos que esses dias não têm origem bíblica, eles podem servir de lembrança da vinda ou do retorno de Jesus.

O primeiro domingo do Advento é uma ilustração da primeira vinda de Jesus há cerca de dois mil anos: “Mas, quando chegou a plenitude do tempo, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido debaixo da Lei” (Gl 4.4). Naquele momento haviam-se cumprido na história mundial determinadas premissas para esse evento. O Império Romano encontrava-se no ápice do seu poder político. Com uma extensão de 80 mil quilômetros, a rede de estradas romanas cobria todos os territórios do Império quase isento de fronteiras, permitindo assim viajar de forma desimpedida de país a país. Um idioma unificado facilitava o entendimento entre os povos. Reinava relativa paz e a cultura comum aproximava entre si as partes deste mundo. Havia um sistema escolar altamente desenvolvido. Por toda parte existiam sinagogas no Império Romano e, devido a uma profunda desilusão com os deuses gregos de caráter humano e o culto a eles, as pessoas se abriam para a mensagem sobre o Deus da Bíblia. Os eventos mundiais haviam sido direcionados de tal modo que tudo estava pronto para a vinda de Jesus e a disseminação do seu evangelho. Assim também ocorreu que as boas novas se espalharam nos primeiros 100 anos com a rapidez do vento “até os confins da terra” conhecidos na ocasião.

O segundo domingo do Advento ilustra o evento de Pentecostes. Naquela ocasião, o Senhor Jesus veio à sua igreja por intermédio do Espírito Santo. Desde então vale de forma inabalável que qualquer pessoa que invocar o nome do Senhor é salva e acrescentada à igreja de Jesus porque ele ingressa na vida dela como Salvador.

O terceiro domingo do Advento é uma ilustração do arrebatamento da igreja. Jesus vem nas nuvens para levar à casa do Pai aqueles que creem e pertencem à sua igreja, porque “a nossa cidadania... está nos céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).

Por sua vez, o quarto domingo do Advento aponta para o retorno visível de Jesus em glória: “Eis que ele vem com as nuvens, e todo olho o verá, até mesmo aqueles que o traspassaram; e todos os povos da terra se lamentarão por causa dele. Assim será! Amém” (Ap 1.7).

Hoje vemos novamente como os tempos se cumprem. Busca-se um governo mundial, procura-se paz para o mundo inteiro, deseja-se a unidade global e fala-se de uma nova ordem mundial. Na Europa, tudo gira em torno de uma unidade política, cultural e econômica. O mundo se compacta cada vez mais, e os eventos mundiais são dirigidos de tal maneira que terão de servir à realização do plano divino visando ao retorno de Jesus.

John F. MacArthur escreve, sob o título “Na próxima vez será diferente”:

Na primeira vinda de Jesus
ele veio oculto na forma de uma criança.
Uma estrela anunciou sua chegada.
Os magos trouxeram-lhe presentes.
Não havia lugar para ele.
Poucos foram os que estavam presentes na sua chegada.
Ele veio como criancinha.

Na próxima vinda de Jesus
ele será reconhecido por todos.
O céu será iluminado por sua glória.
Ele trará sua recompensa aos seus.
O mundo não será suficiente para comportar sua glória.
Todo olho o verá.

Norbert Lieth

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Dezembro 2020

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