Ato por Israel

“‘Judá será habitada para sempre e Jerusalém por todas as gerações. Sua culpa de sangue, ainda não perdoada, eu a perdoarei.’ O Senhor habita em Sião!” (Jl 3.20-21)

O profeta Joel vê o fim de Israel, que não é destruição, mas graça e perdão. Note a residência do Senhor em Jerusalém: “... o Senhor habita em Sião!”. Essas definições – tais como Jerusalém, Cidade de Davi, Sião e monte Moriá – são até certo ponto intercambiáveis; elas identificam a localização do centro do mundo. Isso pode parecer estranho, mas nada mais importa, senão Jerusalém. Por quê? Porque ela é o local onde Deus foi manifestado na carne. E ali, fora dos muros de Jerusalém, o Senhor Jesus Cristo, o Filho unigênito, derramou sua vida em seu sangue na cruz do Calvário – um sacrifício próprio para expiar o pecado.

Foi a partir de Jerusalém que a maravilhosa mensagem do evangelho da salvação espalhou-se pelas partes mais remotas do mundo. Mas quase parece que Deus desviou Israel na questão da salvação. Quando Simeão profetizou após ter visto o Salvador recém-nascido, ele fez a seguinte afirmação: “Luz para revelação aos gentios e para a glória de Israel, teu povo” (Lc 2.32). Pouco antes de Deus destruir Sodoma e Gomorra, ele fez essa declaração em Gênesis 18.18b: “... e por meio dele todas as nações da terra serão abençoadas”. Claramente, os gentios estão incluídos.

Temos que examinar atentamente as profecias que Simeão pronuncia: “Este menino está destinado a causar a queda e o soerguimento de muitos em Israel...” (Lc 2.34b). Isso não pode ser dito acerca de qualquer outra nação. Centenas, talvez milhares de nações tenham existido ao longo dos últimos 6 mil anos da história humana, mas a maioria desapareceu – desapareceu sem deixar vestígios. Por quê? Porque eles não têm uma promessa como Israel.

Sabemos que a queda de Israel ocorreu em 70 d.C., quando as forças romanas destruíram Jerusalém e o templo por causa da rebelião deles contra Roma. Essa foi a queda, mas haverá um soerguimento de Israel. É isso que estamos experimentando, testemunhando, lendo e ouvindo quase diariamente.

A história é notável, e sua percepção também é bastante diversa. Quando viajamos pelas estradas, de vez em quando vemos placas dizendo: “Marco histórico”, o que me lembra de um evento que aconteceu há muitos anos. Eu deveria dar uma palestra em uma igreja em Grevenbroich, Alemanha. Após consultar a enciclopédia, tornou-se difícil estabelecer em qual data a cidade foi fundada. Uma enciclopédia católica falava de uma construção principal construída em 1281. Um resumo foi muito interessante sobre a cidade: “Historicamente insignificante. Cidade relativamente nova. Estabelecida há cerca de 700 anos”.

Agora, quando se trata de Israel, particularmente de Jerusalém, a realidade é bem diferente. Abaixo segue um breve trecho de um artigo do jornal The Jerusalem Post:

Um selo de 2 600 anos possuindo um nome em hebraico foi descoberto em uma escavação de terra em 2013, próximo ao Muro das Lamentações, disse o arqueólogo Eli Shukron.

O selo está inscrito com o nome “Adoniyahu Asher Al HaBayit”, que significa “Adoniyahu por Nomeação da Casa”, a função mais proeminente na corte do rei no reino da Judeia, que aparece pela primeira vez na lista de ministérios de Salomão.

Foi a partir de Jerusalém que a maravilhosa mensagem do evangelho da salvação espalhou-se pelas partes mais remotas do mundo.

“É a primeira vez que esse tipo de descoberta arqueológica acontece em Jerusalém”, disse Shukron, que conduziu as escavações iniciais nas pedras fundamentais do Muro das Lamentações em nome da Autoridade de Antiguidades de Israel. “O termo bíblico ‘Asher Al HaBayit’ foi a posição ministerial de mais alto escalão sob o rei durante os reinos dos reis da Judeia e Israel; é sem dúvida de grande importância.”

De acordo com a Fundação Cidade de Davi, há três pessoas com o nome Adoniyahu na Bíblia, sendo o mais famoso o filho do rei Davi, conforme mencionado no livro dos Reis. 1

Israel tem suas raízes em Jerusalém, e essas raízes ainda estão sendo evidenciadas mesmo 2 600 anos depois. Portanto, não deveria nos surpreender que o mundo em geral continue rejeitando a reivindicação de Israel à Terra Prometida, conforme descrito nas Escrituras. O deus deste mundo não quer que os judeus sejam um povo especialmente chamado.

Notas

  1. Leon Sverdlov, “2,600-year-old Hebrew seal found near Western Wall”, The Jerusalem Post, 11 set. 2019. Disponível em: <https://bit.ly/2IgocdS>. Acesso em: 2 mar. 2020.

Arno Froese é diretor executivo da Chamada nos EUA e autor de diversos livros.

sumário Revista Chamada Abril 2020

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