Lidando com finanças (Parte 1)

1ª Carta a Timóteo | Parte 19 | 1Timóteo 6.3-5

Uma interpretação da primeira carta de Paulo a Timóteo, por Norbert Lieth.

3Se alguém ensina falsas doutrinas e não concorda com a sã doutrina de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino que é segundo a piedade, 4é orgulhoso e nada entende. Esse tal mostra um interesse doentio por controvérsias e contendas acerca de palavras, que resultam em inveja, brigas, difamações, suspeitas malignas 5e atritos constantes entre aqueles que têm a mente corrompida e que são privados da verdade, os quais pensam que a piedade é fonte de lucro.

É assustador observar tudo o que pode acontecer no reino de Deus, do uso errado que se faz do solo cristão e quantas ervas daninhas proliferam em solo bom. Depende da semente utilizada: quando é semeada a boa semente (a sã doutrina de Jesus), o bom fruto nascerá em consequência. Se a semente for ruim, o fruto igualmente o será (ver Mt 13.24-25).

Infelizmente, é possível ensinar uma falsa doutrina que se desvia da verdade apostólica baseada na sã doutrina de Jesus. E é possível defender essa falsa doutrina com entusiasmo e orgulho, apesar de não entender nada a respeito.

Não raramente há uma ligação entre uma falsa doutrina e o desejo de enriquecimento próprio. Uma pessoa que abandona prioridades espirituais e nutre amor ao dinheiro, muitas vezes, adota automaticamente uma falsa doutrina compatível e que, em última análise, tem o único objetivo de obter proveito financeiro.

Ninguém está isento de tentar se inclinar mais para os bens materiais do que para o reino de Deus.

Lembremo-nos da falsa doutrina do “evangelho da prosperidade”, que se baseia no princípio de que os cristãos têm direito à bênção da saúde e do bem-estar, e que os alcançam através de uma vida piedosa e de ofertas em dinheiro. Na maioria dos casos, no entanto, o objetivo é o bem-estar dos próprios líderes religiosos e de suas organizações que, com muito jeito, conseguem tirar o dinheiro do bolso das pessoas. No ministério desses pregadores muitas vezes encontra-se exatamente as coisas que já mencionamos: falta-lhes o real temor a Deus, são arrogantes (orgulhosos e egoístas), têm boa fluência verbal e sabem portar-se de acordo, mas são superficiais, pois lhes falta entendimento espiritual da doutrina bíblica, já que a consideram como secundária. São acompanhados de “controvérsias e contendas acerca de palavras”, “inveja”, “brigas”, “difamações”, “suspeitas malignas”, demonstrando que não têm consideração por ninguém ao seu redor.

A mentalidade desses falsos mestres é corrompida porque têm a mentalidade errada. Eles fingem estar servindo a Deus e aparentam ter temor ao Senhor, no entanto, seu único objetivo é angariar muito dinheiro. Eles fingem proclamar a verdade, no entanto, a verdade é o que de fato lhes falta, porque sua verdadeira intenção e mentalidade estão voltadas para o enriquecimento, tanto o seu próprio como o de sua obra.

A Bíblia ordena que, nesse caso, mantenhamos distância clara e decisiva: “Afaste-se deles” (v. 5c, NBV). Essa passagem, como também todo o trecho de 1Timóteo 6.3-10, é uma exortação reiterada para que nos concentremos somente naquilo que é essencial, pois, como nos mostram os demais versículos, ninguém está isento de tentar se inclinar mais para os bens materiais do que para o reino de Deus.

Norbert Lieth é autor e conferencista internacional. Faz parte da liderança da Chamada na Suíça.

sumário Revista Chamada Outubro 2020

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