Caos político continua
Israel se encontra preso em um beco-sem-saída político há um ano. A terceira eleição no Knesset (Parlamento) também não trouxe uma nova composição para a formação do governo. Assim, a democracia israelense navegou ao encontro da crise do coronavírus como se fosse um navio incapaz de ser manobrado. Quando o primeiro-ministro Netanyahu seguidamente conclamou para a formação de um governo de emergência, ocorreu certa aproximação, mas também não houve perspectiva de entendimento. O fracasso político tornou-se ainda maior quando vários deputados sugeriram ao presidente Reuven Rivlin que Benny Gantz, ministro da Defesa, fosse encarregado para compor o novo governo. Na sequência, a situação piorou ainda mais quando o porta-voz do Knesset, Yuli Edelstein, rejeitou o cumprimento de medidas democráticas e o tribunal superior entrou no caso. Em meio à crise, ocorreu mais um drama político: a coligação partidária Azul-Branco, sob a direção de Benny Gantz, se desmantelou. Gantz e Netanyahu rumaram então para um governo de união com religiosos e direitistas. O comentário seco da imprensa foi: “Como a raposa Netanyahu conseguiu novamente reverter em seu próprio proveito os 61 votos de Gantz?”.