Haifa, junho de 2020

No jornal israelense The Jerusalem Post, editado na língua inglesa, apareceu um artigo com o título: “Nova Ordem Pós-Corona”. Nele consta que a crise mundial do coronavírus é um acontecimento que provocará mudanças fundamentais para o mundo, assim como aconteceu com a Primeira Guerra Mundial, a Grande Depressão de 1929, a Segunda Guerra Mundial, a queda da Cortina de Ferro e com o 11 de setembro.

Todos esses eventos geraram mudanças e novas situações que transformaram o mundo. Na época atual, a globalização e a eliminação de fronteiras estavam no topo da escala de valores, no entanto, a primeira atitude tomada por diversos países para o combate do vírus foi o fechamento de fronteiras para dificultar, ao máximo, a sua entrada. Uma das consequências da crise do coronavírus provavelmente será algum retrocesso dessa graciosa e, às vezes um tanto ameaçadora, globalização, e cada país vivenciará individualmente uma nova ascensão.

Nunca houve um período em que as viagens e as temporadas de férias nos países mais distantes do mundo estavam tão em moda. Isso não vale apenas para os luxuosos navios-cruzeiro, mas também para os jovens “mochileiros” que viajavam através de todo o planeta. Contudo, quando a crise começou, todos tinham o mesmo objetivo: voltar para casa o mais rapidamente possível, onde se sentem mais seguros. Quando, então, a maioria havia alcançado o seu “lar seguro”, a aviação civil internacional praticamente estagnou. O pequeno vírus decretou a brusca parada da maiúscula globalização.

Na crise cada país ficou dependente do seu próprio sistema de saúde, e quase não se pode contar com ajuda externa. O mundo todo tornou-se inseguro e ninguém consegue de fato emitir respostas sobre como será o final de tudo isso. Provavelmente o maior perdedor nessa situação será a União Europeia (UE), com sua política de fronteiras abertas. O vírus obrigou os países a fecharem suas divisas, mesmo ali onde, na verdade, há tempos quase não havia mais fronteiras visíveis. Na Itália e na Espanha, os países mais atingidos da Europa, surgiram críticas contra a UE, cuja solidariedade falhou durante a crise.

Ao observarmos os acontecimentos sob o ponto de vista bíblico, surge então a pergunta: esses acontecimentos também têm algum aspecto de fim dos tempos? Em Lucas 21.11, ao proferir o sermão sobre o fim dos tempos no monte das Oliveiras, o Senhor Jesus também fala em epidemias como sinal prévio para a sua vinda. De fato, no decorrer da história mundial, várias epidemias mundiais ocorreram com consequências muito mais drásticas; todavia, é a primeira vez que algo assim acontece desde a existência de um Estado judeu, em que os judeus estão de volta em seu país. Vale observar que os eventos profetizados para acontecerem antes da volta de Jesus Cristo sempre previam a presença dos judeus em sua terra.

No capítulo 13 de Isaías, vemos uma alusão quase inacreditável para o “dia do Senhor”, o qual, conforme o versículo 11, sobrevirá a todo o mundo. Ali de fato trata-se primordialmente da Babilônia, mas o livro de Apocalipse utiliza a expressão “Babilônia” para todo o sistema mundial deteriorado pela ganância (cf. Ap 17.5).

Em Isaías 13.14 está escrito que cada um se voltará para o seu povo e fugirá para a sua terra. Não foi exatamente isso o que aconteceu na crise atual? Quando os eventos do fim dos tempos ocorrerem no mundo, então o tão famoso mundo global não se preocupará com as pessoas, mas as abandonará ao próprio destino. Por isso é de importância decisiva que nós tenhamos a “pátria” e o abrigo seguros em Jesus Cristo, sobre o qual ele fala em João 14.1-4.

Com essa gloriosa e firme esperança, vos saúda cordialmente com Shalom, vosso

Fredi Winkler

Fredi Winkler é guia turístico em Israel e dirige, junto com a esposa, o Hotel Beth-Shalom, em Haifa, que é vinculado à missão da Chamada.

sumário Revista Chamada Junho 2020

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