O pesadelo da Coreia do Sul: a população perdeu o interesse em ter filhos

A Coreia do Sul é um país povoado de solteiros envelhecidos e famílias sem filhos. O governo vem injetando quantias imensas no apoio à reprodução, e mesmo assim os jovens adultos coreanos dão preferência à vida profissional. A quantidade média de nascimentos deveria ser de pelo menos 2,1 por mãe. Em 2022, esse número já havia declinado para 0,78. Embora a educação de um filho seja acompanhada de inúmeras alegrias, ela também requer disposição para sacrifícios. Na Coreia do Sul, muitos duvidam de que tal sacrifício faça sentido. Cho Joo-yeon, uma intérprete de idiomas coreana de 39 anos, diz que ela nunca desejará engravidar. “Não vou sacrificar minha carreira por um filho”. Ela e seu marido veem nisso a necessidade de poupar muito para oferecer ao filho o melhor de tudo. Essa pressão seria uma carga demasiada que eles não desejam suportar. Na opinião de especialistas, esse complexo fenômeno também se deve ao fato de o país ter saído em poucas décadas de uma profunda pobreza para ser uma das economias mais avançadas. Os habitantes dedicaram-se pesadamente ao trabalho. Nesse país, a falta de sono, o suicídio e o consumo de antidepressivos são um sério problema. Para evitar que no futuro jovens trabalhadores tenham de ser substituídos por robôs e inteligência artificial, os governos central e locais tentam agora promover estímulos financeiros para quem engravidar. A partir de 2022, as mães recebem, por ocasião do nascimento de um bebê, a quantia de dois milhões de wons (mais de sete mil reais). A isso se acrescentam ainda subsídios mensais até a idade de sete ou oito anos, de valor regionalmente variável. Para domicílios de baixa renda e pais ou mães solteiros, existem ainda subsídios especiais. Os pagamentos já podem começar antes do nascimento do bebê. O Estado financia os custos médicos relacionados com a gravidez e, se necessário, subsidia até os custos de namoro dos jovens casais.

sumário Revista Chamada Julho 2023

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